quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

O que aconteceu comigo?


Vaguei durante horas a fio. Olhava para cima e só via pessoas indo e vindo apressadas. No nível do chão, sapatos, sandálias, tênis, calças, saias passavam sem parar. Eu caminhava junto às portas e paredes, morrendo de medo de ser pisoteado por aqueles que nem pareciam perceber minha presença. Não sabia para onde ir, mas não parava de andar. Seguia meu instinto de procurar algum sinal que indicasse meu caminho de volta ou um lugar onde me sentisse seguro.
Continue lendo essa história no 6 Patas.com.br

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Era uma vez...



Olá, gente boa que gosta de bicho.
Os humanos adoram escrever biografias, seja gente viva, seja de quem já morreu, seja de si próprio, seja dos outros. Sempre há histórias interessantes para contar, e pessoas interessadas em saber. E como não há lei que proíba cachorros de fazer o mesmo, a partir de hoje contarei em capítulos a minha biografia com detalhes, e quem quiser conhecer todas as minhas aventuras, medos, alegrias, aflições, tristezas e conquistas é só me acompanhar.
Aprendi nesta minha curta vidinha que todas boas histórias começam com “era uma vez”. E a minha eu não quero que seja diferente. Por isso, era uma vez…
…Um filhotinho peludo de cor marrom e branco. Eu era um cãozinho um tanto quanto diferente. Não me lembro muito bem dos meus pais, mas descobri mais tarde que sou uma mistura de basset hound com border collie. Por isso, meu corpinho é desproporcional. Tenho porte grande, mas com patas curtas, o que faz a minha altura ser baixa. A cabecinha, porém, é enorme. Mas sou forte e musculoso, que o digam meus donos quando cismo de perseguir um gato. Meus pelos são compridos e lisos, cheios de rodamoinhos. Meu rabo, estapafúrdio, parece mais um espanador. Enquanto eu ando, ele não só limpa as superfícies nas quais encosta como vai derrubando inadvertidamente alguns objetos que estão no caminho.
Desse jeito, eu logo fui descartado. Diziam que eu era estranho demais para ser vendido. Falavam que eu não tinha o tal pedigree.
Continue lendo essa história no 6 Patas.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Oi, mundo...


Olá, queridos.
Sou um cachorro vira-lata, que já furou muito saco preto e derrubou muitas lixeiras de plástico pela  Baixada Santista. Mas sou de raça, e muito forte, por sinal. Não estou falando de raça no sentido de pedigree, mas daquela da qual tanto se fala no futebol, aquela gana de viver e sobreviver. Conheci vários outros cães na rua que desistiram lutar. Amedrontados, conformam-se com a dor e chegam a desejar a morte de tão cansativa que é a vida.
Eu, não.
Segundo uma veterinária, tenho cerca de três anos e meio. Para um cão, estaria saindo da adolescência. Mas já passei por muita coisa. Fui abandonado a vida toda. Tive doenças, medo e frio. Fui maltratado e machucado. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) do Guarujá me retirou das ruas no começo de 2012, pois como eu estava muito doente poderia transmitir alguma infecção para as pessoas. Foi a primeira e única vez que o Estado reconheceu minha existência. Sofri novamente maus-tratos, de humanos e de meus semelhantes.
Agora acabou.
Este blog foi criado por minha protetora, a jornalista Erika Bismarchi, com o objetivo de ajudar a socorrer outros animais, que, assim como eu já estive, estão hoje em situação de abandono e de maus-tratos. Sem demérito para as incontáveis crianças humanas que tanto sofrem de abandono, acho que isso não diminui o direito dos bichinhos como eu de lutar por uma vida digna.
Vou contar detalhadamente a partir de hoje minha vida nas ruas – e depois que saí delas, para onde espero nunca mais voltar, apesar da liberdade que ela nos dá. Espero que minha narrativa sirva para sensibilizar os humanos, tão desumanos às vezes, e que eles (vocês?) sejam capazes de entender que temos dor e prazer como todo mundo.
Uma lambida e até a próxima.
Oscar